Certas e determinadas coisas, nomeadamente diversas #3 - Andaimes de auto-estimaPor Factos de Treino

Os homens - principalmente os casados que se encontram afastados da alta-competição há algum tempo - como não ouvem piropos a toda a hora, nunca sabem se continuam "no mercado de transferências" e, pior ainda, qual a sua cotação nesse mercado. Podem até treinar com bola de vez em quando (o equivalente a ir beber um copo com amigos duas vezes por mês) mas nada se compara à adrenalina da competição, à emoção de entrar em campo sem nunca saber se é para perder ou golear mas sempre disposto a dar tudo (acreditando que se usar a estratégia certa, a "adversária" também dará tudo).

Só aí, nos jogos oficiais, é que um homem sente se anda a jogar para ir à Champions... se tem possibilidade de vir a integrar um Real de Madrid... se anda a ser seguido por "olheiros" da liga inglesa... se é um clube de meio da tabela que já se dá por contente por ir, de vez em quando, à Europa... ou se as suas ambições se limitam a lutar para não descer de divisão.

Por isso, não poucas vezes, a única forma que tem de perceber o que diz a opinião pública é perguntando às suas amigas de confiança, se as amigas delas o papavam. Só naquela de acelerar a circulação sanguínea e aumentar a autoestima.

O pior é que as respostas nem sempre são o que queríamos ouvir. Muito gostamos nós de acreditar que, mesmo sem correr 10 metros, continuamos a ter ponta no plantel do Barça. No entanto, inúmeras vezes, as respostas dos olheiros resumem-se a "O quê!?? Epá... cala-te com essa conversa!"; ou "Quem!? Achas que sim!?? Esquece. Mesmo que fosses solteiro, não fazes o estilo dela"; ou ainda "Há uns anos talvez... mas agora que estás gordo que nem um porco, não me parece".

A mais animadora ainda é a "Achas!? Casado e sabendo ela disso!? Se não soubesse ainda podia ser que te safasses. Mas assim esquece.". Neste caso, estamos perante equipas que só não nos vêm buscar porque não se querem meter em problemas por causa de jogadores que assinaram contratos vitalícios com outros emblemas. Mas no fundo, se não fossem as complicações legais, ainda gostariam de nos ver marcar uns golos com a sua camisola. É isso faz bem ao ego.

Já as mulheres, vivem numa realidade paralela. Não precisam de jogar, nem tão pouco treinar com bola, para saberem perfeitamente que estão no mercado, que clubes as querem e que tipo de jogadas gostariam de as ver fazer.

Basta vestir uns calções e passar em frente a umas obras.

Em menos de 30seg, têm uma proposta detalhada em cima da mesa.

Que sorte a delas.