segunda-feira, 1 de junho de 2015

Admirável Mundo Novo

Por Gajo Porreiro



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So do we!



Facto: Nos últimos anos, o número de homens que passou a tomar banho todos os dias, a utilizar copos e talheres ou a prestar atenção a abat-jours e cortinados, aumentou exponencialmente.
Além dos armários made in China e da exposição prolongada a conteúdos televisivos de qualidade duvidosa (repletos de mensagens subliminares que apelam à deserção para “o outro lado”), a relutância feminina em deixar ir petrás era outra das causas possíveis para o fenómeno. E como dizia o velho Herodes: “Se a Adélia não dá, dá o Adérito.”

Consequência disso mesmo, a oferta de hetero-piço ao público feminino diminuiu consideravelmente, reforçando a teoria que diz que “Os homens bons, ou são casados ou paneleiros”, sendo que os primeiros se mantiveram firmes porque, das duas uma, ou conseguiram analvangelizar as suas caras-metades ou, movidos por um enorme altruísmo, tomaram para si a tarefa de ir colmatando as necessidades do gajedo que ficou, entretanto, desprovido de assistência carnal. Agitadores alvitram a existência de agentes-duplos no seio destes heróis, mas até agora, pouca prova foi produzida.

Do outro lado das barricadas e atento ao processo, muito do mulherio que em tempos dizia (literalmente) à boca cheia nem sequer equacionar a hipótese, não só aderiu às práticas sodomitas, como já não dispensa duas ou três sessões semanais de alongamento do esfíncter. Longe vão os tempos em que o nalguedo feminino se apertava ao primeiro encosto ou que uma sessão de fodanga era bruscamente interrompida quando um gajo “acidentalmente” se enganava na porta. 

Um estudo feito pela equipa do Professor Gustav K. Dess Ukü (Universidade de Regueifland NL) conclui que a origem desta mudança comportamental se deve à veia guerreira da mulher (vulgarmente chamada de teimosia ou mau perder), que a determinada altura se insurge contra a debandada dos machos para o lado colorido da Força e a tenta contrariar, na ânsia de recuperar a cota perdida e reocupar o lugar que entende (e bem) ser o seu, ou seja, na ponta da gaita.

O ar extasiado das actrizes empaladas no Pornhub e a progressiva tomada de consciência de que "afinal até é capaz de não ser tão mau como as avós diziam”, também contribuíram para que os rabinhos fossem ficando cada vez mais sociáveis e disponíveis. O que no início era apenas o meio para atingir um fim, depressa passou a ser no meio e até ao fim.

Resumindo, atingiu-se finalmente o ponto de equilíbrio entre a oferta e a procura, o que trouxe a tão desejada estabilidade aos mercados, com ganhos significativos para todas as partes envolvidas, larilolés inclusos, a quem endereço desde já o meu “Obrigado, pá.”, pelo que ajudaram a fazer. Sem vocês, talvez ainda estivesse tudo na mesma

O único senão de tudo isto, é que a continuar assim, qualquer dia ninguém se lembra daquele outro buraco, o tal que fica mesmo ao pé do cu.

12 comentários:

  1. A menos que haja mais algum que se me tenha passado despercebido, chama-se "vagina", e depois tem muitos heterónimos. (Tipo o Fernando Pessoa, mas em mais)

    Concordo com o estudo, o texto está de uma assertividade assaz surpreendente, para um homem, e uno a minha voz ao obrigado aos larilolés - porque gosto de consensos, equilíbrios, e gente feliz.
    Impõe-se-me, no entanto, uma pergunta, que há muitas, muitas mas mesmo muitas luas, habita minha mente, tantas, que a poverita até estava cheia de teias d'aranha, conformada com o infortúnio da não resposta, e que consiste no seguinte:

    - Qual é o fascínio pelo sexo anal?

    ( É uma pergunta,e não um convite à introspecção. Pelo menos não àquela que nos possa levar a pensar, que, afinal de contas, somos nós, mulheres, e mais uma população inteirinha de larilolés).

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    1. Além da manutenção da virgindade (ahahahahahahahahahah), da reduzida probabilidade de engravidar (ohohohohohohohohohohoh), do facto de ainda ser (cada vez menos, é certo) tabu, da pressão que a vizinha do lado (vagina, rola, senaita, whatever) não consegue exercer (e não, não consegue mesmo) e de mais duas ou três razões, que aqui me escuso a partilhar por pudor**?

      Não faço ideia.



      ** Ahahahahah foda-se...

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    2. "Rola"...?




      A sério que disseste "rola"?


      ....

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    3. :O
      Não acredito que escreveste isso!!

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    4. Falei em fascínio e não em alternativas, que ainda por cima já nem têm razão de ser. Desfeito o tabu e experimentada a modalidade, postas que estão de parte a coisa da gravidez e da virgindade - que p'los deuses, ó por favor - fica então a questão da "pressão". Ora, ou se anda a experimentar um ânus virgem de todas as vezes que apetece a um homem uma coisa diferente, ou se fica pelo mesmo. Nesta última hipótese, tanto uma via como a outra estão sujeitas ao mesmo alargamento. O que nos leva, naturalmente, à desconstrução do argumento.

      Depois há isto:

      «As mensagens subliminares embutidas na prática do sexo anal em relações heterossexuais" é o título do estudo que afirma categoricamente que os homens que se dizem heterossexuais e praticam com frequência esta modalidade de relação sexual estão em conflito com a orientação sexual.

      A matéria resulta da tese de doutoramento da pesquisadora Mary Collins Scheer, que segundo as suas conclusões "o homem ao penetrar uma mulher de costas para ele por via anal em seu inconsciente está projectando imagens de homens sendo sodomizados".

      E sublinha "o acto sexual onde o homem deixa a mulher de costas para ele possui um simbolismo de negação da anatomia feminina da parceira. É uma manifestação do inconsciente que projeta na fantasia erótica da circunstância homens no lugar onde está a mulher". O estudo aponta que a repressão dos desejos faz o homem ao não ter coragem de assumi-los forçar, que a mulher o viva por ele.»

      E uma pessoa fica preocupada, né...?

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    5. Ahahahahahahahahahah... essa Mary Collins Scheer deve ser um daqueles coirões que encalhou na adolescência e nunca mais soube o que é preia-mar.

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  2. Tal como o caviar, o sexo anal é sobrevalorizado. Mas não é por isso que deixo de os comer. E quando no final dos anos 90 as moças fugiam com o rabo à seringa, lá tínhamos de voltar à chacha de partida. ;)

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  3. Belas tatuagens. Assim, e repente, quase que dizia que me fotografaste petrás.

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    1. É pouco provável. A imagem não está tremida e faltam ali marcas de palmadas.

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