segunda-feira, 27 de julho de 2015

Ir à praia no Oeste...

Ir à praia no Oeste não é simplesmente "ir à praia", ir à praia no Oeste é toda uma experiência e envolve todo um ritual. Só quem nunca passou férias no Oeste não sabe do que falo!

Ir à praia no Oeste é sempre um incógnita! Esqueçam os sites de meteorologia e coisas que tais, o tempo ali é imprevisível, tanto pode estar magnífico como a chover. Aliás tanto pode estar a chover de manhã como um calor assombroso de tarde. Esse é o primeiro dado adquirido do Oeste: o tempo é imprevisível ou como nós gostamos de dizer é sempre uma surpresa, portanto monotonia é coisa que não há!
Ir à praia no Oeste é ter sempre um camisolão ou um kispo à mão de semear (adoro esta expressão!), é saber que o vento é uma constante e que um dia abaixo do 50km/h de vento é um excelente dia de praia. O Oeste não existe sem vento, é uma constante, toda a gente sabe que é assim e já ninguém se espanta. Fazer praia no Oeste é andar sempre a correr atrás dos panamás das crianças, das revistas que ficaram na toalha e por vezes até das próprias toalhas!

Ir à praia no Oeste é ter barraca, que isso de chapéu de sol é para os imigrantes! É ter barraca daquelas às riscas em pano já coçado e com um toldo suportado por dois paus robustos que temos de estar sempre a enterrar melhor. Ir à praia no Oeste é ficar ao abrigo das barracas.
Só quem nunca foi à praia no Oeste é que não sabe o que é aquela sensação de mergulhar e a água estar tão fria mas tão fria que até congela os ossos da cabeça e do resto do corpo. É dar um mergulho e sair de lá com o cérebro congelado. É ficar tanto tempo exposto aquela temperatura que ficamos roxos passados 10min.

Ir à praia no Oeste é saber que não existe homem das bolas de Berlim, existe a senhora do pão que traz pão caseiro e pão com chouriço à saída da praia.

Ir à praia no Oeste é saber que existe sempre uma tasca a servir caracóis, mexilhões, navalheiras e percebes.

Ir à praia no Oeste é estar sempre com as Berlengas no horizonte.

Ir à praia no Oeste é espectacular.


10 comentários:

  1. O Oeste começa logo na Praia da Ursa (A Aroeira não conta porque quase não tem areia) e acaba na Torreira. Daí para cima já não é praia, são areais banhados por água glaciar. E só por causa da temperatura da água, os nadadores salvadores deviam ganhar o dobro ;-)

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  2. Pipocante Irrelevante Delirante27 de julho de 2015 às 11:20

    "traz" pão caseiro...

    A água não é fria, os pixotes que se banham no Al-Garve é que são uns mariconços.

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    1. Nem mais! Ir à praia no Oeste é só para resistentes, o resto são meninos!

      (Obrigado, já está corrigido!)

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  3. Sim, trás, a mulher do pão aparece por deTRÁS das pessoas, uma chatice.

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  4. Aqui no norte aprendi a apreciar a água fria do mar. Todas as restantes dores desaparecem no momento em que mergulhamos. Se a ondulação estiver agradável consigo ficar quase uma hora naquilo: pairar, mergulhar nas enormes ondas, nadar, voltar a pairar, sozinho na água, alegres gritinhos das crianças bem afastadas da rebentação, a paciência necessária para sair não quando queremos mas quando podemos, a tolerância de um fantástico nadador vigilante que facilmente poderia impedir esta diversão...

    Mas, barracas não. Há gente que faz coisas estranhas nas barracas, pelo que oiço dizer...

    Abraço.

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    1. " a paciência necessária para sair não quando queremos mas quando podemos" é mesmo isto! Aprende-se a ler o mar muito bem e a lidar com ele! O mar é uma coisa que mete muito respeito e aqui pela minha praia não há semana em que o nadado salvador (ou banheiro para os mais antigos e característicos!) não tenha de molhar os calções!

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