Nunca
fui de dar confiança a quem não conheço bem, o que sempre correu a meu favor. Não
que isto signifique que não sou sociável, porque até sou. O segredo, está em reduzir
o número de pessoas que conheço a um grupo que realmente mereça a minha
sociabilidade e mostrar-lhes que fizeram bem em não ir embora.
“Que grande coirão, foda-se! Quem é que este
gajo pensa que é?”, é a primeira impressão com que fica a grande maioria das
pessoas a meu respeito. Tendo noção disso, não só não me importo, como nada
faço para a alterar. Amigo não empata amigo e só faz falta quem está.
Vivemos
tempos em que a nossa vida é, com alguma frequência, assunto de conversa quando
não estamos presentes e o advento das redes sociais veio ilustrar essas
tertúlias, que escrutinam ao mais ínfimo pormenor, as fotos publicadas por quem
é o tema da conversa. “Viste a foto que o G publicou? Que
gaja tão boa, meu… A M é que deve ter ficado toda fodida com ele e
um dia destes, o gajo chega a casa e tem os tarecos à porta”.
O que
é que eu tenho a ver com o facto de A andar enrolado com B,
ou que C tenha comprado um carro da marca X,
quando teoricamente não ganha o suficiente para isso? Nada, zero, népia, caguei
para isso. Conversas dessas causam-me uma irritação que leva a comichões, que
por sua vez me obrigam a sair, o mais depressa possível, de perto de quem as
está a ter.
O
facto de trabalhar diariamente com várias mulheres também não ajuda à minha
condição, antes pelo contrário. As pausas para fumar, por exemplo, são momentos
hilários. As que ficam, cortam na casaca das que vão, sendo que raramente vão
as mesmas duas ao mesmo tempo. Um mimo.
Depois
há aquele tipo de conversa que na realidade não o é. Enchem-se chouriços para
queimar o tempo, porque algumas pessoas acham que estar calado é falta de
educação, ou não gostam de silêncios incómodos. Se percebessem que os
“desbloqueadores de conversa” que arranjam, conseguem ser muito mais incómodos que o
silêncio, o mundo seria um lugar muito mais agradável.
Resumindo:
estou a perder a paciência para pessoas. Não é coisa recente, mas a situação
tem-se agravado com o passar do tempo. A idade é capaz de ter influência, mas
não acredito que seja apenas isso. Não fossem os terapêuticos kms que faço com
o cão e era capaz de já estar a fluoxetina.
Por estas e por outras é que faço questão em não fazer parte dos que merece a tua sociabilidade.
ResponderEliminarAdoro fofocar e saber quem come o que e não só onde mas também a que horas.
If it makes you happy...
EliminarTambém há homens assim, que só estão satisfeitos a cortar na casaca ou a cuscar.
ResponderEliminarEnfim, falar da vida alheia, excepto em condições especiais, faz-me um bocado de impressão.
Se bem que há pessoas que efectivamente gostam que se fale delas, e fazem por isso.
Enfim, quanto a conversas em termos mortos... há sempre o futebol, a política e o decote da gaja que se sentou à minha frente no metro anteontem. Bons tópicos.
E ainda há disto
ResponderEliminarE é por isto também que não coiso...
EliminarHummm... Talvez aqui te sintas mais à vontade.
EliminarAté parecia que era eu que tinha escrito. Concordo plenamente, só não faço pausas para fumar, mas percebo o conceito. E os kms com o cão são realmente terapêuticos. abraço
ResponderEliminarEste comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarNão me queiram dar mais trabalho do que aquele que merecem.
EliminarEstou a avisar.
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EliminarEu avisei.
EliminarVai mas é chatear o caralho.
Faltou aí outro motivo,mais do q dalar p cortar o silêncio, falam pq enquanto o fazem sp queimam mais uns cartuxos sem trabalhar...
ResponderEliminarEu era ter uma G3 e luz verde das autoridades...haviam de ver se o país n se tornava num sitio melhor...
Falar...(e n dalar...)
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