Quando andava na faculdade
um dos meus colegas ofereceu a uma amiga minha por quem estava interessado um
CD. Do nada. Lembro-me do burburinho que foi: “deu-lhe um CD original!”
repetia-se em exclamação. Naquela altura todos trocavam cópias de CDs e
portanto um CD original era muito perto de uma Pandora hoje em dia.
Ela, que era
igualmente gira e querida (sim, odiamos essas), agradeceu muito, mas não mudou
a atitude para com ele. Nem podia ser. Não gostava dele dessa maneira antes do CD original e não iria gostar depois.
Não vamos
descartar completamente que o dinheiro pode trazer felicidade (a via que ele
estava a tentar). Mas o sentido é inverso: o amor vem primeiro e o valor do
dinheiro depois.
O dinheiro
interessa mais (facilita, quero eu dizer) quando a fase do encantamento passou
e um piquenique com Ruffles e sangria do LIDL já não é adorável ou uma noite a
ver estrelas já não chega. O dinheiro
interessa ainda mais quando começa a haver contas para pagar. Convenhamos, há
uma certa felicidade em viver o amor que temos com desafogo financeiro: ir
alimentar a paixão às Maldivas em vez de Sesimbra, jantar fora uma vez por
semana, não ter de parar uma hora por
semana a fazer contas ao que se vai abdicar para pagar a conta da luz (não!! os
meus vestidos não!!)...Como se costuma dizer: o dinheiro não traz felicidade, mas é melhor chorar
no banco de pele do nosso Porsche, do que no assento do autocarro.
Contudo se não houver amor primeiro (algumas borboletas que sejam): queridos, até
podem encher a outra pseudo-metade-da-laranja de esmeraldas, cause it ain’t gonna happen.
Não quer dizer
que não consigam que alguém venha à rede assim, com presentes caros. Mas
esperem peixe barato e com muita espinha. Nunca cherne.
Querida Maria das Palavras,
ResponderEliminarTem aqui um belo post. Assunto que daria pano para muito mais do que mangas. Mas, falou em cherne. E eu, quando me falam em cherne, lembro-me logo de Alexandre O'Neill e de Durão Barroso. Sigamos o cherne, minha amiga! Desçamos ao fundo do desejo Atrás de muito mais que a fantasia...
Um beijo,
Outro Ente.
Confesso que ao mencionar cherne também tenho sempre de abanar a cabeça para esquecer a imagem de oho esbugalhado de Durão. Em todo o caso a ideia era a mesma que tinha a esposa dele quando o comparou ao rico peixe. E por falar em peixe...está-me a dar a fome. Um bem haja.
ResponderEliminarAmor e uma cabana, o cenário perfeito de histórias de amor ao metro.
ResponderEliminarMas há histórias de amor e uma cabana que são vivências fantásticas entre dois seres.
Não há fórmula mágica, se para uns é o tal amor e uma cabana para outros será iates e diamantes.
Se cada um conseguir descobrir qual é a sua fórmula mágica já não é mau. E se depois de a descobrir conseguir realizá-la com alquimia aplicada é ainda melhor.