segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Meu nome é Blue. Linda Blue

Olá. Eu sou a Linda Blue.
[Agora é o momento em que vocês proclamam a uma só voz: Olá, Linda Blue.]
E tenho um problema.
[E vocês: Estamos contigo, Linda Blue.]

Por qualquer motivo que me escapa — os motivos, a mim, escapam-me como melgas, ou peixes pescados à mão —, fizeram-me o favor de me convidar para escrever no Desblogue d'Elite. E agora tenho este menino nos braços, gordo, chorão, mamão. Não sei o que lhe faça para o contentar.
Já fui Linda Porca, por ter criado o meu buraco num dia de grande chiqueiro mental. Curiosa esta minha compulsão para explicar, com versões diferenciadas e antagónicas, a origem do nome Linda Porca, de cada vez que alguém me pergunta porquê (ou melhor: porquê!!!???). É facto que já dei várias versões como resposta, qual tragédia em vários actos. Por isso, concluo que todas são mentira ou todas são verdade. Eu própria não sei muito bem. Sei só que, enquanto uns liam Tolstoi, heterónimos e ortónimo pessoano, eu via filmes da Disney e cuidava de pessoas a sério. E isso pode ter condicionado o meu nível cultural para todo o sempre, como aquilo do foram felizes, que dá imediatamente antes dos créditos finais. O que não quer dizer que eu não seja uma pessoa séria, daí agora até me chamar Blue, e olhem que ainda ontem uma senhora, com idade para ser minha avó, me perguntou se eu já tenho netos.

Se no meu pequeno recanto blogobólico, e um nico diabólico, sou capaz de fazer uns loopings em que eu própria me ponho na plateia a revirar os olhos e a escancarar a boca (por vezes, em alternativa, também entro no modo olhos semi-cerrados, boca semi-aberta, corpo semi-frio, toda eu semi), só à espera de ouvir o estrondo final, dificilmente poderei prometer textos de uma qualidade superior, seja lá o que isso for, porque me enredo e me enrolo nos meus novelos e nas minhas novelas, perco o fio à meada, o fio condutor e o fio de prumo, e chega a tornar-se impossível tecer bordados bonitos com o emaranhado que faço das minhas ideias. Enfim, para quem ainda tinha dúvidas, acabei de fazer um com alguma veleidade.

Contem comigo, para o que der e vier, mas, sobretudo, para o que der: eu sou só isto, escrevo muito em quantidade, por ter um teclado excelente, e em mim agrilhoada uma pianista frustrada (para além da varina e da rebelde sem causa). 

Não sei muito bem sobre o que é que hei-de falar, mas nunca me calo. Podia, pois:
1. Contar a história da minha vida, que não dava um filme (a menos que o categorizemos com a letra B que era dada aos filmes maus dos anos 40 de outro século), longa metragem onde fica quase claro que educar quatro pessoas ao mesmo tempo é tarefa para brutas e envolve muito sangue, suor, lágrimas, cocó e vomitado; 
2. Relatar-vos, uma a uma, porque tenho esse registo, as 69 (trata-se de um número de dois dígitos, ou há mais alguma leitura possível?) aulas práticas de condução que levei (ou que dei?), à laia de novela por episódios; 
3. Enveredar por temas pedrada-no-charco — Paixão por um/a blog/ger, aquele tema nunca aflorado, quanto mais desflorado; A anónima que não existe, porém marca presença nas caixas de comentários; Diz-me como és, dir-te-ei o que escreves e, principalmente, como escreves; etecetera. 
4. Escrever sobre o que me passar pelo neurónio sobrevivo.

Como vêem, não tenho um assunto de elevado interesse, e é por isso que vos peço que decidam vocelências por mim, que eu ainda não estou refeita, contrafeita, nem rarefeita do embate provocado pelo convite-proposta-indecente, e não estou em condições psiquiátricas para ser eu a decidir, que, essas, estão ao nível da subcave do Hades, para onde espero ir um dia, quando um dia já não forem dias. Acabo sempre por falar de mim mesma, em mim mesma considerada, isto é, a minha visão do mundo sem óculos. E, assim como sou o fenómeno da oftalmologia moderna mundial, e tenho exactamente zero vírgula vinte e cinco dioptrias em cada olho com esta provecta idade com que aqui me tendes, vejo o mundo sem desfoques, sem lentes, com todas as suas nuances de cor e de luz e, a maior parte das vezes, a azul e azul — da cor do mar.
É para tentar mostrá-lo que aqui estou. 
Referia-me ao meu mundo. Genitais.

9 comentários:

  1. Só pra dizer que boicoto os postes dessa tal de azul.
    Quero a Linda Porca! Quero!

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  2. Pronto. Já cá faltava o chavascal. Isto ia tão direitinho...

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  3. A culpa é tua, quem te mandou deixar de ser porca?

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    1. Não seja por isso. Albarda-se a Porca, nem que seja só aqui!

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    2. Quero porcalhice em todo o lado.
      Quero-te Porca por inteiro.
      (oh, vá lá...)

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    3. O Priberam diz-me que é uma "palavra não encontrada".
      E sabes bem que sou moço recatado, e, portantos (o ultimo "s" coloca-se com maiúscula, não é?, não se vá dar o caso...), o recato não me permite ultrapassar certas barreiras..

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    4. É verdade. Um servo, quase um padre. Um desperdício, mas quem sou eu para tentar demover-te?
      Tu coloca lá com maiúscula o que te apetecer, que isto é uma casa séria, e vai entender os teus porquês.

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